15.9.08

ACOSTUMAR INFINITO

Avenida Presidente Vargas, ali pela altura da Central do Brasil, 20:44 no relógio da rua, temperatura de 16 graus. Chuva um pouco mais fina que a chuva fina. Ô dia feio que fez hoje no Rio de Janeiro. Feio e frio. Na ida para o trabalho, iniciozinho da tarde – ali logo depois do meio-dia – estava uma neblina danada do alto da Serra Grajaú-Jacarepaguá. Neblina da gente não conseguir ver o outro lado da rua. Mas foi só descer duas curvas que a vista, acinzentada, já se apresentou.

Tem tempo que não escrevo no blógue. O fiz correndo, quando cheguei, para dar logo as impressões e comunicar das coisas. Depois, foi um evento atrás do outro, um encontro atrás do outro, um reencontro atrás do outro, até passar por uma semana toda nova e boa, e aí hoje eu escrevo.

Não gosto de chuva, mas gosto de frio. O porém é que no Rio não faz frio com solão e céu azul, como em Porto Alegre, por exemplo. Então, na maioria das vezes, faz frio e tem uma chuva. Hoje não foi diferente. E carioca ainda está se acostumando a viver com frio e chuva, assim num acostumar infinito com essa situação. Eu ando na rua na boa e tal, mas não vou mentir: ainda não me acostumei com esse tempo murrinha que fez hoje e que deve continuar amanhã.

Aí que hoje aconteceu fato inusitado na volta do trabalho: o ônibus de ar condicionado, mais confortável e tal, passou vazio – ótimo, porque eu o peguei. Um pouco antes passou outro ônibus, sem ar, e que faz quase o mesmo trajeto: tinha gente em pé. Aliás, outra coisa com a qual eu vou ter de me reacostumar, ou ficar neste acostumar infinito: andar em pé em ônibus. Encaro o coletivo cheio, é fato. Mas morar longe e vir em pé é trevas.

Outra coisa trevas do Rio – trevas no sentido de exclamação da palavra – é o quanto a galera ouve celular ou mp3 player nos ônibus e nas ruas. Sem zoação, é mais da metade do ônibus, indo e voltando, que vai escutando o celular recheado de música ou o mp3 topado. Eu escuto iPod. Mas no trocadilho tosco, esse “aí pode” não vai poder muito mais não. Melhor perder um mp3 de 1 giga do que um iPod de 8. E gosto do meu iPod. Paguei caro, comprei capa de silicone, uma belezura. Se levarem, onde arrumarei outra amiga mara para trazer dos states outro para mim – se bem que o novo iPod, lançado semana passada, é bonito pacas. Huuummm, vai ter outra guia de turismo por aí não, hein?!?! ;-)

Outra coisa com a qual estou me acostumando é com o trabalho. Está começando a caminhar melhor. Hoje ficou claro para mim como uma crise lá fora interfere na vida da gente aqui. Não que eu não soubesse. Sabia e sei. Mas é que com o andar do trabalho, tudo acaba ficando mais simples, o pensamento caminha mais rápido, as coisas se ligam mais facilmente, quase mecânico.

É isso, voltei a aparecer por aqui. Esse tempo distante foi para um acostumar infinito com o Rio, com as coisas dele, com as coisas que estão fora dele. Se a gente tem de caminhar e não pode ter tudo como quer, ao menos por enquanto, bom ir se acostumando.

P.S.: Cabrunco, tô me cariocando de novo. Um pôste inteiro sem uma expressão aracajuana. Maaassa, véio!!!!

Um comentário:

Lua O. disse...

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