21.9.08

O ACORDE SEGUINTE

São duas e meia da madrugada de sábado para domingo. Horário cedo para estar em casa no Rio – pelo menos eu acho. Mas hoje preferi fazer um programa família, indo para casa de amigos de longuíssima data da família. E que escolha bacana. Reencontrar Décio, Sonia, Renato (com a namorada, Gláucia ou simplesmente “More”), Denys, Marlene, Mitzzi e Claudio. Aliás, Claudinho ficou por último porque é o maior amigo de infância, mas encontro com ele todo dia no trabalho. Ele é o amigo de infância que ficou – estudamos juntos do jardim à quinta-série, sempre na mesma sala.

Enfim, foi legal pacas. Até violão eu toquei, para voltar de vez no tempo de festas e de aprendizados na Rua Ituverava, 202. Não tem mais Mancha, Rabisco, Garatuja, os cachorros que passaram pela casa. Tem um gato que me esqueci do nome agora, mas que se amarrou em mim. Dormiu aos meus pés, logo eu, que sou alérgico a pêlo de gato. Mas é vida que segue, o queijos-vinhos-cerveja-e-violão foi bom demais.

Assim como foi bom demais voltar a ver a Freguesia. Freguesia é uma localidade de Jacarepaguá e foi onde cresci. Foi onde virei gente e só saí aos 20 anos de idade para ir para a Praça Seca, onde estou morando agora. E ainda estão lá algumas coisas da infância e da adolescência, como a Passarela de Jacarepaguá, a padaria Cisne Branco, a Sendas cada vez maior, o posto Ipiranga na esquina da Estrada dos Três Rios, o cachorro-quente na praça da Freguesia.

Também tem um monte de coisa nova. Por exemplo, onde existia o Funchal, bar da infância, com um garçom português engraçado pacas, tem agora uma loja de carro. Que desperdício trocar chope por gasolina... aliás, o que tem de loja que vende carro não está no gibi ali pela Freguesia. Tem, também, mais supermercado – aliás, o tal do Prezunic parece um shopping! Saudade do Kompre Mais, mercearia do outro lado da rua quando era criança. Saudade de comprar leite B em saco, de deixar pendurado o refrigerante no Belacap, de comer pizza no Tio Frank, na esquina da rua Xingu.

Ah, por falar em Tio Frank, tem um enorme na esquina da rua da casa de Décio, Sonia, Renato e Claudio – agora por ordem cronológica. É o Tio Frank expandindo os negócios. Será que eles vão deixar eu, agora, entrar na cozinha como antes e preparar a pizza junto com os caras? Acho que não.

Mas as lembranças hoje foram da infância e da adolescência. Do tempo em que eu tirava o tampão do dedão na rua jogando bola descalço, que a Vó Geny (vó de Claudio e Renato e minha também, emprestada) esfriava o nosso café com leite passando o líquido de um copo para o outro. Do tempo em que eu achava que ter 18 anos iria ser o máximo, porque poderia dirigir. Do tempo em que eu tocava muito violão e imitava a Delayne, que era canhota e tocava o violão, para mim, como se fosse um espelho. Do tempo em que as festas eram muito boas, e que eu não tinha preocupação com nada, a não ser acertar o acorde seguinte.

Um comentário:

Cláudio Motta disse...

Bonito post, Léo. A festa foi muito bacana, com direito a paródia de funk, hehehe. E, em tempos de redescobertas, redescubro o Aracaju News. Será que ele agora se chamará Globo News? Ih, esse não pode, já tem. Então seria Rio News?

É bom estarmos juntos de novo.

Alias, bem que vc poderia vir para a Cidade Carioca.